Via Ápia, de Geovani Martins (Companhia das Letras)

"Acredito que o Geovani será uma das estrelas da Flip neste ano. Depois de arrebatar público e crítica com os contos de O sol na cabeça, ele estreia no romance com esse excelente livro, pontuado por temas sensíveis e urgentes como as políticas da morte nas favelas brasileiras."

Ficções amazônicas, de Aparecida Vilaça e Francisco Vilaça Gaspar (Todavia)

"Mãe e filho, antropóloga do Museu Nacional e químico da UFRJ, fazem uma ficção bonita inspirada em histórias tradicionais dos povos amazônicos. São contos contemplativos sobre nascimento, morte, pós-morte, relações humanas e natureza, nutridos pela sabedoria ancestral que o Brasil contemporâneo insiste em ignorar."

Vinco, de Manoela Sawitzki (Companhia das Letras)

"A vivência e a resistência trans são observadas a partir da história de Manu, uma adolescente que passa por um processo de transição de gênero no Rio dos anos 90. É um romance de formação que foge à hegemônica narrativa branca e patriarcal — precisamos de mais deles!"

Poemas reunidos, de Miriam Alves (Fósforo/ LunaParque)

"A Miriam Alves é uma das vozes mais potentes da poesia nacional, e essa antologia reúne a maior parte da sua produção poética, que dança entre a poesia e o lirismo, desde a década de 80. Destaco as mini-autobiografias da autora, originalmente publicadas nos Cadernos Negros."

Virgindade inútil: novela de uma revoltada, de Ercília Nogueira Cobra (Carambaia)

"Escrito na década de 20, esse livro foi relançado neste ano sem muito alarde, mas é uma joia. Há um século, a autora, que foi presa e torturada durante a ditadura do Estado Novo, já criticava a opressão social sofrida pelas mulheres e as leis masculinas que reprimiam os instintos femininos. Para ler e se admirar."