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bem-estar

Os malefícios da poluição sonora

Um momento de silêncio na rotina é aliado contra o estresse

Por Isabella Abreu

14 de Novembro de 2022

Buzinas de carros, barulho de obras, música alta… Especialmente para quem vive nas grandes cidades, momentos de silêncio são raridade. De acordo com a neurocientista Thaís Gameiro, ruídos constantes presentes em nosso ambiente, normalmente aqueles percebidos como desagradáveis, acabam disparando uma resposta de estresse em nosso cérebro, produzindo hormônios (como o cortisol) que, em excesso, prejudicam nossa capacidade de concentração, aprendizado e retenção de informações. 

Além disso, eles acabam atuando como fontes de distração e prejudicam a nossa conexão com o momento presente. “De maneira geral, as pessoas são menos treinadas em observar aspectos mais introspectivos, exigindo uma capacidade ainda maior de manter a atenção em elementos internos. A meditação, por exemplo, é uma prática que ajuda a desenvolver essa habilidade, favorecendo o autoconhecimento e a possibilidade de estarmos mais conectados com nós mesmos”, diz. 

A neurocientista também acredita que o uso excessivo de eletrônicos tem feito com que desfrutemos menos o silêncio. “Certamente, a tecnologia pode tornar os momentos de silêncio ainda mais raros. Mas, principalmente, faz com que não tenhamos praticamente nenhum momento livre de informações a serem processadas.”, diz. Dessa forma, não apenas o silêncio é menos desfrutado, mas qualquer possibilidade de deixar o cérebro entrar no estágio conhecido como “ócio criativo”. Daí surge a importância de momentos contemplativos, em que não fazemos nada, apenas deixamos a mente fluir livremente. “São nesses momentos que criamos novas conexões e permitimos que novos rumos e ideias apareçam. Se estamos conectados 24/7, essa possibilidade se torna cada vez mais remota”, lamenta.

Benefícios de aproveitar os momentos de silêncio

Thaís ressalta que os sons são estímulos sensoriais processados pelo nosso cérebro, assim como os gostos, cheiros e as imagens no qual somos expostos a todo momento. “Nosso cérebro tem uma capacidade limitada de processar todos esses estímulos que chegam a todo instante e, por isso, ele precisa priorizar aqueles que serão processados com maior precisão”, explica. Quando de alguma forma conseguimos reduzir uma dessas fontes de estímulos, como é o caso do silêncio (no qual os estímulos auditivos estão praticamente ausentes), oferecemos ao cérebro a oportunidade de prestar atenção e processar outras informações, inclusive emoções e pensamentos que acabam ficando abafados pelo excesso de informação que chega a todo momento. “Por isso, o silêncio pode trazer uma sensação de relaxamento, aliviando o estresse e aumentando o bem-estar”, afirma. 

Para incluir momentos de silêncio na rotina, a recomendação é que identifiquemos em qual período do dia nossa rotina é mais calma e livre de imprevistos. “Defina um horário para fazer essa pausa, ache um lugar confortável em que você esteja segura, possa fechar os olhos e se desconectar de todos os estímulos sonoros (o máximo possível). Se preciso, use um fone. Se para sua rotina 10 minutos é muito, procure fazer duas ou três vezes ao dia, intervalos de três a cinco minutos”, sugere. O importante é insistir e perceber como você se sentirá com a prática, pois ao notar mudanças positivas, será mais fácil manter o novo hábito.

Por Isabella Abreu

Jornalista e entusiasta do autoconhecimento. Depois de se sentir inquieta com o seu trabalho de assessora de imprensa, resolveu estudar psicologia positiva e voltar a escrever. Com essa coluna, deseja compartilhar os aprendizados da sua jornada por uma vida mais leve, consciente e feliz.


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